Arte Menor

Barco Dalva vence XXXI Regata dos Barcos Rabelos em corrida atípica

Posted in Jornalismo by André Sá on 25 de Junho de 2014

Publicado pela agência Lusa a 24 de Junho de 2014.

A tradicional Regata de Barcos Rabelos voltou a realizar-se em dia de S. João, a partir do Cabedelo até à Ponte D. Luís, no Porto, e sob condições atmosféricas atípicas, de pouco vento e chuva intensa, mas com um efeito benéfico para a competição.

Pormenor da XXXI Regata de Barcos Rabelos, Porto © André Sá 2014.

Pormenor da XXXI Regata de Barcos Rabelos, Porto © André Sá 2014.

Com 14 barcos rabelos em representação do mesmo número de vinhos do Porto, a corrida foi mais renhida que o habitual, com praticamente todas as embarcações a competir lado a lado, quando normalmente navegam já dispersas pouco após o arranque da regata.

Segundo o ‘skipper’ do rabelo da Dalva, Jorge Dias, que venceu a competição, esta foi uma “corrida fantástica”, com a chuva como “elemento surpresa” e, dos últimos anos, a corrida em que os barcos “estiveram juntos durante mais tempo”.

Jorge Dias recordou ainda que esta foi apenas a sua terceira participação na regata, sendo que da primeira vez partiu o mastro, da segunda ficou “a meio da classificação”, à terceira foi de vez e, portanto, “foi fantástico”.

Numa embarcação providenciada pela Confraria do Vinho do Porto, que organiza a regata, para acompanhar os rabelos, Lance Hurtubise, empresário da restauração oriundo de Alberta, Canadá, disse à Lusa que “a regata é ótima, muito divertida”. E que tem “muito vinho do Porto”.

Para o empresário, que visita Portugal pela primeira vez, a corrida “parecia pintada”, dado o vagar com que os rabelos navegavam num dia de pouco vento, mas terá valido a pena a viagem também pela noite de S. João, apesar dos martelos “um pouco barulhentos demais” para o seu gosto.

“Nós sabemos que normalmente o S. João não se dá muito bem com o S. Pedro”, disse à Lusa Manuel Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), lembrando as ocasionais “orvalhadas” do mês de junho, mas admitindo que não se lembra de “uma regata com tanta chuva”.

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XXXI Regata de Barcos Rabelos sob a Ponte da Arrábida, Porto © André Sá 2014.

“A relação entre os dois santos não deve ser a melhor”, supôs o presidente do IVDP, constatando o pouco vento que se fez sentir e a ausência de “toda uma série de coisas que normalmente acontecem” e que ficaram de fora desta XXXI regata.

“No princípio, é normal haver velas que rasgam e mastros que partem”, considerou Manuel Cabral, salientando “uma coisa verdadeiramente atípica, mas que é muito bonita” desta regata, o facto de os conjuntos de velas terem estado tanto tempo lado a lado, permitindo “um pano de fundo muito invulgar”.

O quadro atípico acabou por favorecer o objetivo da regata, concluiu o presidente do IVDP, sublinhando que “o que é importante é mostrar muito e de uma forma idêntica as diferentes marcas e empresas e o vinho do Porto de uma forma geral.”

“E isso está a acontecer muito bem”, disse, enquanto ainda decorria a competição no rio Douro.

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