Barco Dalva vence XXXI Regata dos Barcos Rabelos em corrida atípica
Publicado pela agência Lusa a 24 de Junho de 2014.
A tradicional Regata de Barcos Rabelos voltou a realizar-se em dia de S. João, a partir do Cabedelo até à Ponte D. Luís, no Porto, e sob condições atmosféricas atípicas, de pouco vento e chuva intensa, mas com um efeito benéfico para a competição.
Com 14 barcos rabelos em representação do mesmo número de vinhos do Porto, a corrida foi mais renhida que o habitual, com praticamente todas as embarcações a competir lado a lado, quando normalmente navegam já dispersas pouco após o arranque da regata.
Segundo o ‘skipper’ do rabelo da Dalva, Jorge Dias, que venceu a competição, esta foi uma “corrida fantástica”, com a chuva como “elemento surpresa” e, dos últimos anos, a corrida em que os barcos “estiveram juntos durante mais tempo”.
Jorge Dias recordou ainda que esta foi apenas a sua terceira participação na regata, sendo que da primeira vez partiu o mastro, da segunda ficou “a meio da classificação”, à terceira foi de vez e, portanto, “foi fantástico”.
Numa embarcação providenciada pela Confraria do Vinho do Porto, que organiza a regata, para acompanhar os rabelos, Lance Hurtubise, empresário da restauração oriundo de Alberta, Canadá, disse à Lusa que “a regata é ótima, muito divertida”. E que tem “muito vinho do Porto”.
Para o empresário, que visita Portugal pela primeira vez, a corrida “parecia pintada”, dado o vagar com que os rabelos navegavam num dia de pouco vento, mas terá valido a pena a viagem também pela noite de S. João, apesar dos martelos “um pouco barulhentos demais” para o seu gosto.
“Nós sabemos que normalmente o S. João não se dá muito bem com o S. Pedro”, disse à Lusa Manuel Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), lembrando as ocasionais “orvalhadas” do mês de junho, mas admitindo que não se lembra de “uma regata com tanta chuva”.
“A relação entre os dois santos não deve ser a melhor”, supôs o presidente do IVDP, constatando o pouco vento que se fez sentir e a ausência de “toda uma série de coisas que normalmente acontecem” e que ficaram de fora desta XXXI regata.
“No princípio, é normal haver velas que rasgam e mastros que partem”, considerou Manuel Cabral, salientando “uma coisa verdadeiramente atípica, mas que é muito bonita” desta regata, o facto de os conjuntos de velas terem estado tanto tempo lado a lado, permitindo “um pano de fundo muito invulgar”.
O quadro atípico acabou por favorecer o objetivo da regata, concluiu o presidente do IVDP, sublinhando que “o que é importante é mostrar muito e de uma forma idêntica as diferentes marcas e empresas e o vinho do Porto de uma forma geral.”
“E isso está a acontecer muito bem”, disse, enquanto ainda decorria a competição no rio Douro.
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