Arte Menor

Património do Porto restaura-se “pela Cultura, não para o turismo”

Posted in Arquitectura, Fotografia, Jornalismo by André Sá on 19 de Setembro de 2014
Teatro Nacional de São João. Foto: Paulo Américo (TNSJ)

Teatro Nacional de São João, por Paulo Américo (TNSJ).

Publicado pela agência Lusa a 12 de Setembro de 2014.

O secretário de Estado da Cultura considerou hoje, à margem da apresentação da fachada recuperada do Teatro Nacional de S. João (TNSJ), no Porto, que o restauro do património edificado faz-se porque “a Cultura vale por si própria.”

“A Cultura não se faz pelo turismo”, declarou Jorge Barreto Xavier, ressalvando que a renovação de edifícios emblemáticos da cidade do Porto pode e deve também ser “articulada com aspetos educativos e turísticos”, ainda que não com o único propósito de cativar novos visitantes à cidade.

O presidente da Irmandade dos Clérigos, Américo Aguiar (2-E) descreve as obras no monumento portuense ao secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier (2-D). © André Sá, 2014.

O presidente da Irmandade dos Clérigos, Américo Aguiar (2-E) descreve as obras no monumento portuense ao secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier (2-D). © André Sá, 2014.

Horas antes, o secretário de Estado passava pela Igreja dos Clérigos, em processo de requalificação orçado em cerca de 2,6 milhões de euros e com abertura prevista para 12 de dezembro, para terminar o périplo pelo património edificado do Porto, que passou ainda pela Igreja de Santa Clara, numa exibição de uma curta-metragem sobre a renovação do TNSJ, decorrente de um investimento de 960 mil euros.

Andaimes na Igreja dos Clérigos, Porto, a 12 de Setembro de 2014. © André Sá.

Andaimes no interior da Igreja dos Clérigos, Porto, a 12 de Setembro de 2014. © André Sá.

“Não fazemos este projeto por causa do turismo, mas ainda bem que o turismo pode beneficiar dele”, reiterou Jorge Barreto Xavier, frisando que se “historicamente, a Fundação de Serralves e a Casa da Música têm desempenhado um papel importante na marca do Porto contemporâneo, o conjunto dos equipamentos culturais da cidade pode reforçar a sua atratividade para visitantes nacionais e estrangeiros”.

O eixo Serralves-Casa da Música-TNSJ pode ainda consolidar-se com visitas que percorrem as três instituições, que de acordo com a presidente do conselho de administração do Teatro, Francisca Carneiro Fernandes, “vão acontecer muito brevemente”, faltando apenas “acertar alguns detalhes”.

Entrada do Teatro Nacional de São João, a 12 de Setembro de 2014. © André Sá.

Entrada do Teatro Nacional de São João, a 12 de Setembro de 2014. © André Sá.

Quanto a um incremento e diversificação da oferta cultural do TNSJ ao nível da qualidade do restauro à respetiva fachada, Francisca Carneiro Fernandes refere apenas que “seria ideal que assim fosse”, explicando que “isso depende do reforço de recursos que, por enquanto, ainda não podem ser dados como garantidos”.

Para o secretário de Estado da Cultura, há ainda motivos para congratulações com a reabertura do Teatro Rivoli, apesar de remeter comentários sobre a crise diretiva do Coliseu do Porto para a assembleia geral a realizar a 17 de setembro.

Entre as obras que decorriam na nave dos Clérigos, Jorge Barreto Xavier adiantou ainda que a recuperação da Igreja de Santa Clara “tem já aprovado um apoio desde fevereiro de 2014, num trabalho comparticipado pelo Estado, fundos europeus e privados”, cujo montante exato não soube precisar, mas que considerou vir a ser adequado a “uma estrutura notável, cuja reabilitação vai ser muito importante para a cidade”.

Restaurador trabalha asa na Igreja dos Clérigos, Porto. © André Sá, 2014.

Restaurador trabalha asa na Igreja dos Clérigos, Porto. © André Sá, 2014.

Enquanto o presidente da Irmandade dos Clérigos, Américo Aguiar, assegurava à Lusa que as obras da igreja “estão a decorrer dentro dos prazos”, o secretário de Estado da Cultura manifestava-se surpreendido com a suposição de jornalistas quanto à “invulgar” quantidade de visitas a monumentos portuenses e frequência das suas deslocações à cidade.

“Venho cá com muita regularidade. Se não venho de dez em dez dias, venho de 15 em 15”, garantiu, salientando a renovação do património histórico do Porto como algo que “é importante para todo o país”.

Santa e querubim protegidos do pó no topo do altar da Igrja dos Clérigos, no Porto. © André Sá, 2014.

Santa e querubim protegidos do pó no topo do altar da Igreja dos Clérigos, no Porto.© André Sá, 2014.

 

Reitor da Universidade do Porto avisa que excessos em praxes são “intoleráveis” no novo ano letivo.

Posted in Fotografia, Jornalismo by André Sá on 18 de Setembro de 2014
Pavilhão Rosa Mota, Porto. © André Sá, 2014.

Pavilhão Rosa Mota, Porto. © André Sá, 2014.

Publicado pela agência Lusa a 11 de Setembro de 2014.

O reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, disse hoje, em discurso de boas-vindas aos alunos do ano letivo de 2014-2015, que “excessos de qualquer ordem” decorrentes de praxes académicas serão “pura e simplesmente intoleráveis”.

“Não pretendo, de forma alguma, atingir quaisquer iniciativas que visem promover a integração dos nossos estudantes, pelo contrário, quero apoiá-las”, ressalvou Feyo de Azevedo, reiterando que quaisquer “excessos físicos ou psicológicos, práticas de obediência e discriminação, perturbação da atividade escolar e outros abusos” serão punidos de acordo com a legislação.

Aluno da Universidade do Porto, às portas do Pavilhão Rosa Mota. © André Sá, 2014.

Aluno da Universidade do Porto, às portas do Pavilhão Rosa Mota. © André Sá, 2014.

“Quero recordar que nenhum estudante pode ser obrigado a participar em qualquer ato da praxe académica contra a sua vontade”, declarou o reitor da Universidade do Porto, perante cerca de três mil estudantes e pais, na cerimónia de boas-vindas organizada no Pavilhão Rosa Mota, a que compareceu o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

Sebastião Feyo de Azevedo considerou “lamentáveis os excessos que se têm vindo a observar em praxes académicas”, frisando que lutará por “uma integração dos estudantes sem qualquer tipo de abuso”.

Uma das prioridades da reitoria para o ano letivo de 2014-2015 será também “alargar e qualificar a dimensão social de apoio aos estudantes”, no sentido de proceder a “uma reestruturação dos serviços de ação social”.

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Reitor da Universidade do Porto discursa no Pavilhão Rosa Mota, Porto, a 11 de Setembro de 2014 . © André Sá, 2014.

“Independentemente de me parecer que, já hoje, a nossa comunidade estudantil beneficia de uma sólida estrutura de apoio social, queremos proporcionar melhores condições de apoio em todas as áreas: alimentação, habitação, estudo, saúde e convívio”, declarou Sebastião Feyo de Azevedo.

Nesta cerimónia de boas-vindas aos cerca de quatro mil novos alunos da Universidade do Porto, foi também salientada a taxa de preenchimento de vagas da instituição, a mais alta do país, na ordem dos 96%, assim como o facto de ter sido a preferida pelos candidatos ao Ensino Superior.

Em discurso de boas-vindas, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, considerou que estes dados fazem da Universidade do Porto a “instituição mais importante da cidade”.

Faculdade de Direito da Universidade do Porto. © André Sá, 2014.

Universidade do Porto vai “trabalhar a fiado” até 2015 

O reitor da Universidade do Porto (UP), Sebastião Feyo de Azevedo, disse ainda, à margem da receção aos alunos deste ano letivo, que a instituição vai “trabalhar a fiado” até 2015, desde o corte de 1,5% no seu orçamento.

“A situação não é muito positiva. Vamos ver qual é a dimensão dos danos. Vamos ver qual é a verba que, de facto, o Governo nos vai devolver, daquilo que já adiantámos de 2014, porque nós estamos a trabalhar a fiado”, declarou o reitor da UP.

Sebastião Feyo de Azevedo expressou uma “esperança de que a situação seja somente má, que não seja péssima”, dado que as decisões do Tribunal Constitucional implicaram o pagamento de “um conjunto de verbas que não estavam previstas” e que a instituição espera ver devolvidas em 2015.

“O que o secretário [de Estado do Ensino Superior] disse é que havia um corte de 1,5 por cento. Eu espero que seja esse o corte”, declarou o reitor da UP, frisando que, caso falte dinheiro, a instituição terá que diminuir apoios e pensar “que património é que poderá recuperar.”

“A Universidade do Porto é uma instituição que não pode viver no limiar de pagar salários”, concluiu.

Há uns dias, um homem que mora na rua ao lado incendiou um colchão e espetou uma faca no peito.

Posted in Fotografia by André Sá on 18 de Setembro de 2014

 

Comoção na Rua do Pinheiro, Porto.

Comoção na Rua do Pinheiro, Porto. © André Sá, 2014.

Um vizinho disse à polícia que o homem ficou parado à porta de casa, sem dizer uma palavra e com a faca a “entrar pela frente e a sair pelas costas”.

Colchão queimado na Rua do Pinheiro, Porto.

Colchão queimado na Rua do Pinheiro, Porto. © André Sá, 2014.

O homem de 38 anos foi transportado para o Hospital São João, com ferimentos graves.

Moradora na Rua do Pinheiro transportada para o hospital por inalação de fumo.

Moradora na Rua do Pinheiro transportada para o hospital por inalação de fumo. © André Sá, 2014.

Uma vizinha ficou intoxicada com o fumo do colchão a arder.

Bombeiros na Rua do Pinheiro, Porto, a 12 de Setembro de 2014.

Bombeiros na Rua do Pinheiro, Porto, a 12 de Setembro de 2014. © André Sá, 2014.

O homem entrou na ambulância ainda com a faca a trespassá-lo.

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Milhares na Foz assistem ao “banho-santo” de São Bartolomeu

Posted in Fotografia, Jornalismo by André Sá on 6 de Setembro de 2014

Publicado pela agência Lusa a 24 de Junho de 2014.

Milhares de pessoas assistiram ao desfile e ao “banho-santo” de cerca de 350 participantes da tradicional Festa de São Bartolomeu, que vestidos em roupas de papel, mergulharam no mar da Praia do Ourigo, na Foz do Porto.

©André Sá 2014

Cortejo de São Bartolomeu na Rua do Coronel Raúl Peres, Foz do Porto, a 24 de Agosto de 2014.

Os banhos são precedidos de um cortejo alegórico pelo Passeio Alegre, que este ano contou com o desfile de 28 figurantes da união de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, trajados em papel delicado que serve depois de arremesso, do mar para terra, à medida que os fatos se desmancham no “banho-santo” e são atirados a quem se limita a assistir.

André Sá  © 2014

Cortejo de São Bartolomeu na Rua do Coronel Raúl Peres, Foz do Porto, a 24 de Agosto de 2014.

 

 

 

Cortejo de São Bartolomeu na Rua da Praia, Foz do Porto, a 24 de Agosto de 2014.

Cortejo de São Bartolomeu na Rua do Coronel Raúl Peres, Foz do Porto, a 24 de Agosto de 2014.

Estima-se que esta tradição andrajosa tenha mais de 150 anos, mas a explicação para as suas origens varia de acordo com quem conta a história. Nuno Ortigão, presidente da Junta da união de freguesias, assegura que “ninguém sabe muito bem como é que isto surgiu”. Para Eduardo Oliveira, “nascido e criado” na Foz do Douro, terá “algo a ver com as pessoas pobres vestirem-se com papel de jornal, antigamente”.

©André Sá 2014

Portuenses no tradicional “banho-santo” das Festas de São Bartolomeu, na Foz do Porto, 24 de Agosto de 2014.

Acabado de sair do mar, Eduardo Oliveira dizia à Lusa que, na qualidade de presidente do Orfeão da Foz do Douro, já se lançou ao “banho-santo mais de dez vezes”, no espírito de uma tradição que remonta à altura em que “as pessoas com poucas possibilidades faziam a sua própria roupa, até com jornais, que depois se desfaziam ao tomar banho”.

©André Sá 2014

Banhista sai da água enquanto outros atiram as próprias roupas de papel como armas de arremesso, no tradicional “banho-santo” das Festas de São Bartolomeu, na Foz do Porto, 24 de Agosto de 2014.

“Tinham que ir à água sete vezes”, explicou o presidente do Orfeão da Foz do Douro, esclarecendo que “só assim expulsavam todos os males que iam acumulando ao longo do ano”.

©André Sá 2014

Banhista observa o tradicional “banho-santo” das Festas de São Bartolomeu, na Foz do Porto, 24 de Agosto de 2014.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Orfeão da Foz fez-se representar entre outras coletividades que envergavam trajes alusivos ao que mais caracteriza as respetivas freguesias, desde os candeeiros públicos pintados de verde do Passeio Alegre, às janelas das casas da Foz Velha, com a participação da Academia de Dança e Cantares do Norte de Portugal, a Escola EB S. João da Foz e a associação Paraíso da Foz.

©André Sá 2014

Rapariga observa o tradicional “banho-santo” das Festas de São Bartolomeu, na Foz do Porto, 24 de Agosto de 2014.

Para Susana Pinto, contabilista de 41 anos, desfilar com a Escola S. João da Foz foi um regresso “aos tempos de pequenina”, com a vantagem de agora poder viver mais a experiência, já que enquanto criança não tinha “tanta noção” da originalidade da festa.

“É um evento único que as pessoas têm mantido com muito amor e muito carinho”, considerou o presidente da união de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, classificando o evento como “algo único no país”.

© André Sá 2014

Roupas de papel desfeitas no tradicional “banho-santo” das Festas de São Bartolomeu, na Foz do Porto, 24 de Agosto de 2014.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo Nuno Ortigão, falta apenas tornar a festa “mais inclusiva nos próximos anos, para que qualquer pessoa possa participar”.

Portuenses no tradicional “banho-santo” das Festas de São Bartolomeu, na Foz do Porto, 24 de Agosto de 2014.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagens: André Sá  © 2014.